Pemba, 24 de janeiro de 2011.
Despedidas são sempre tristes quando não se quer separar, quando não se quer despedir, quando se quer continuar com a presença da pessoa...
Me despedir do Rafa foi um processo de lágrimas q rolaram pouco a pouco... um processo de aceitação q iriam com ele somente algumas bagagens minhas, mas não minha presença...
Quem estava voltando para o Brasil era ele e não eu...
Nossos dias em África foram recheados de sorrisos, de confissões, de gírias e palavreado com um português brasileiro do bom...
Foi preenchido pela companhia, pela convivência marcada por laços de sangue, por divergência de idéias, por gargalhadas altas e sinceras, por olhares entendidos, por discussões e bravezas comuns àqueles q se chamam irmãos...
Minha casa se encheu da presença alta dele, do som do tocar de um violão emprestado... onde músicas antigas foram desenterradas, lembranças dos anos de adolescência e infância trazidas à tona: “Satisfação é ter a Cristo...” , “A vitória é daquele q o adorar...” , “Em todo o tempo eu louvarei ao Senhor...” , “Aquele que sonda o meu interior...” , “Solta o cabo da nau...” , “ Na estrada em que eu andei, eu pensei daria certo... pá,pá, pá pá...” , “Há momentos que na vida...” , “É hora de não olhar pra trás...” , “Entoai saltérios, entoai ó harpas...”, “Logo de manhã...” , “A vida minha vida, era muito doida...”, “Conheci um grande amigo, ele é filho de Deus Pai...” e muitas outras...
Esse tempo de cantorias juntos foi o meu favorito... como também o dividir a mesa, ouvir ele me chamando de Tata, andanças de moto, a pé, de barco, de caminhão, no sol, na chuva... ter notícias políticas e econômicas do meu Brasil brasileiro, notícias de como a Manuela tá se tornando uma menininha adorável e expressiva... e tudo isso sob a perspectiva dos seus olhos e percepções... ahhh... não teve preço!!!
Poder compartilhar minha vida, meu dia a dia, meu ministério, minhas alegrias e decepções com alguém que vai entender meu falatório sobre Mocimboa... dividir quarto de hotéis limpos, sujos, assistir filmes, dividir a cia ao ler livros em silêncio mútuo, de bom dias e boas noites...
Aqui só fica um vácuo... um saudade doída e apertada... um nó na garganta que não passa... mas uma alegria e satisfação pelo vivido e pelo compartilhado...
Depois dessa viagem minha relação com meu irmão nunca mais será a mesma... e minha oração é para que continuemos a trilhar nossos caminhos na presença de Jesus, dividindo laços de sangue e carinho, respeitando nossas individualidades, decisões e idéias...
Amo vc Rafa e obrigada por ter vindo!!!
Bjos da Tata
Queria ter estado com vcs... Ao ler os trechos das musicas...me vi sentada cantando junto.... Que delicia!! Amo vcs meus irmãos!!!
ResponderExcluirSó faltou a nosa caçula mesmo... mas cantaremos juntos em alguns meses!!! Amo vc Mi... Bjos da tata
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