São Paulo, 18 de Agosto de
2014.
“A noite é passada, e o dia é
chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas,
e vistamo-nos das armas da luz.” Romanos 13:12
[Por Jhonatan]
A nossa oração é que esta carta
encontre a cada um de vocês muito bem!
Vivemos num mundo extremamente
imediatista, onde tudo é calculado na velocidade do número de mega bytes que
sua conexão de internet é capaz de alcançar.
O imediatismo é encontrado em
diversos aspectos da nossa vida cotidiana. No Brasil, em 2014, por meses
ouvimos falar dos “50 anos do Golpe Militar”, depois a “Copa do Mundo”, e agora
a bola da vez são as “Eleições”.
Mesmo aqueles, que com eu, não
viveram nem perto o tempo da ditadura, podemos pela repercussão do
cinquentenário, ter uma ideia de tudo o que ocorreu: fatos, desleixos,
atrocidades e um legado mesmo que negativo.
O assunto ‘Ditadura’ foi sucumbido
pelo novo, e hoje, a já quase esquecida, Copa do Mundo. Com ela vieram as
implicações esportivas, sociais, econômicas e todos os desdobramentos inimagináveis
que um país pode ter por conta de um evento esportivo de grande porte.
Com as Eleições batendo à porta de
eleitores e eleitoras brasileiras, começa-se a discutir sobre candidatos, interesses
– sejam coletivos ou individuais, o que pensamos sobre esta ou aquela ideologia
de governo, e sobre plataformas de campanha eleitoral.
Com a mesma velocidade que os
assuntos surgem eles também se vão, muitos deles sem deixar nenhum legado com
real proveito para nossas vidas. Discussões, debates e confrontos, por mais
fervorosos que pareçam no momento, acabam caindo no esquecimento.
No mês que se passou estive numa
viagem missionária de curto prazo, onde passei em países como Polônia, Gales,
Inglaterra, Espanha e Norte da Árica. O que meus olhos viram, no caso dos
países europeus, foram locais esquecidos pelo evangelho. Países com uma
pretensa estabilidade financeira e social, que foram o berço do protestantismo,
hoje propagam o secularismo e uma cultura que exclui preceitos cristãos.
No norte da África, a cultura
islâmica imperando em muitos aspectos governamentais, econômicos e sociais,
fechando assim o cerco para uma vida de qualidade com Jesus.
Depois deste quase um mês de viagem, fico
pensando no imediatismo que temos acrescido ao evangelho nas nossas
comunidades: em uma necessidade de apresentar números, frutos, relatórios,
deixando muitas vezes de lado o agir do Espírito Santo e o um mover debaixo da
soberania de Deus.
Em conversas com pastores pude me
deparar com a dura realidade de igrejas que há 15 anos, numa cidade de 60 mil
habitantes, dirigem comunidades que somam o total de aproximadamente 45 cristãos.
Outros que numa igreja de 114 anos, tem sua membresia com cerca de 50 pessoas,
sendo que metade delas tem mais de 60 anos, ou ainda um homem que pastoreia uma
igreja perseguida com 10 membros e, que ainda não se casou, pois nunca conheceu
uma mulher cristã.
Diante disso tudo, da perseverança
destes homens, reflito o quão imediatistas somos, e quantos projetos temos
deixado a margem do caminho por falta de recursos, incentivos ou até mesmo, por pensarmos primeiro em instituições
e burocracias, e não em vidas.
Fica a reflexão: o que tem ocupado
os nossos corações? Daremos-nos por satisfeitos apenas em discorrermos sobre o
assunto da hora ou colocaremos realmente nossas forças em um Deus que muitas
vezes age de forma que nossos olhos não consigam contemplar a magnitude da sua
obra? Seremos perseverantes mesmo que nossos frutos só sejam vistos na
eternidade?
Obrigado a todos vocês que de
alguma forma contribuíram para que esta viagem fosse possível. Saibam que muitas
vezes nossos olhos não verão os frutos nesta terra, porém, tenho certeza de que
nossa perseverança nos levará a fitarmos esses frutos no gozo de nosso Pai.
Que o Senhor conserve em cada um a
alegria da salvação e a perseverança na sua obra!
Jhonatan e Ana
Elisa – Família Nunes
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